Créditos de Energia Solar: Como Funcionam com as Novas Regras da ANEEL?

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A energia solar no Brasil tem ganhado cada vez mais espaço na vida das pessoas. Seja por economia, sustentabilidade ou autonomia energética, muitos brasileiros estão investindo em sistemas fotovoltaicos para gerar sua própria eletricidade. Mas, com as novas regras da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), muita gente está se perguntando: como ficam os créditos de energia solar? O que mudou? E, principalmente, ainda vale a pena investir?

Neste artigo, vamos explicar tudo sobre o funcionamento dos créditos de energia solar com as novas regras, de forma clara, objetiva e descomplicada. Vamos também mostrar o que você precisa saber para continuar economizando (e muito!) com seu sistema de energia solar.

O Que São os Créditos de Energia Solar?

Antes de entender as novas regras, é importante deixar claro o que são os créditos de energia solar. Quando você tem um sistema fotovoltaico instalado na sua casa ou empresa, ele gera energia a partir da luz do sol. Essa energia é usada no próprio consumo, mas o excedente é injetado na rede da distribuidora.

Esse “excedente” vira créditos em kWh (quilowatt-hora), que podem ser usados para abater na conta de luz nos meses seguintes, caso você consuma mais energia do que gerou. É como se você estivesse “guardando” a energia produzida para usar depois.

O Modelo de Compensação da Energia: Antes e Depois

Como Era Antes das Novas Regras

O modelo antigo, também chamado de “Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE)”, permitia que todo o excedente de energia gerado fosse convertido integralmente em créditos. Isso significava que você podia abater 100% da sua conta de energia, incluindo:

  • Energia consumida;
  • Tarifas de uso do sistema de distribuição (TUSD);
  • Encargos e tributos embutidos na fatura.

Era um sistema muito vantajoso e impulsionou o crescimento da geração distribuída no Brasil.

O Que Mudou com a Lei 14.300/2022

A Lei 14.300/2022, também conhecida como Marco Legal da Geração Distribuída, trouxe novas regras para o setor. A principal mudança é que agora os créditos de energia solar não compensam mais todos os componentes da conta de luz.

A partir de 2023, novos sistemas passaram a pagar parte da tarifa de uso da rede elétrica (TUSD Fio B). Em outras palavras: mesmo que você gere toda a energia que consome, ainda assim pagará uma parcela pela utilização da infraestrutura da distribuidora.

Quem Está Isento das Novas Regras?

Há uma regra de transição prevista na Lei 14.300/2022. Os consumidores que já tinham sistemas instalados e conectados à rede até 7 de janeiro de 2023 (data da publicação da lei) continuam com as regras antigas até 2045.

Essa “isenção” é chamada de direito adquirido. Ou seja, quem já investiu antes da nova legislação não será prejudicado.

Como Ficam os Créditos Agora?

Com as novas regras, a compensação passou a funcionar assim:

  1. A energia gerada e consumida instantaneamente continua não passando pelo medidor e não é tarifada.
  2. A energia excedente é injetada na rede e vira créditos.
  3. Quando você consome da rede (em momentos em que não há sol, por exemplo), esses créditos são abatidos do seu consumo.
  4. Mas agora, uma parte da conta – chamada de TUSD Fio B – não é mais compensada. É o chamado “pagamento pelo uso da rede”.

A porcentagem dessa cobrança vai aumentando progressivamente, ano a ano, até 2029. Veja um resumo:

Ano de conexãoPercentual pago da TUSD Fio B
202315%
202430%
202545%
202660%
202775%
202890%
2029 em diante100%

Como Isso Impacta a Economia com Energia Solar?

Mesmo com essa mudança, ainda é vantajoso investir em energia solar. Isso porque a maior parte da conta de luz está no consumo de energia em si, que continua sendo compensado.

A economia pode ser um pouco menor do que no modelo anterior, mas os sistemas continuam oferecendo retorno atrativo, especialmente com o aumento constante das tarifas de energia.

Vantagens da Energia Solar com as Novas Regras

  • Redução significativa na conta de luz
  • Proteção contra aumentos tarifários
  • Valorizacão do imóvel
  • Sustentabilidade e redução de carbono
  • Possibilidade de compartilhamento de créditos (geradores remotos, condomínios, consórcios)

Dicas Para Aproveitar Melhor os Créditos de Energia Solar

  • Dimensione corretamente o sistema: nem muito maior, nem muito menor do que o necessário.
  • Acompanhe seu consumo mensal: saiba quando você está gerando mais ou menos.
  • Avalie a instalação em locais de alta incidência solar.
  • Use eletrodomésticos durante o dia, quando há sol.
  • Considere sistemas com baterias para otimizar o uso.

FAQ: Perguntas Frequentes Sobre os Créditos de Energia Solar

Ainda vale a pena investir em energia solar com as novas regras?

Sim! Apesar da cobrança progressiva da TUSD Fio B, a economia continua relevante, com payback médio entre 4 e 6 anos.

Vou pagar conta de luz mesmo tendo energia solar?

Sim, uma pequena parte da conta, referente ao uso da rede elétrica, continuará sendo cobrada.

Posso usar meus créditos em outro imóvel?

Sim, desde que estejam sob a mesma titularidade e dentro da mesma área de concessão da distribuidora.

Os créditos expiram?

Sim. Eles têm validade de 60 meses (5 anos), após os quais são expirados se não forem utilizados.

Quem instalou o sistema antes de 2023 está protegido?

Sim, até 2045, esses consumidores continuam com as regras anteriores, sem pagar pela TUSD Fio B.

Conclusão

As novas regras da ANEEL mudaram o jogo, mas não tiraram o brilho da energia solar no Brasil. Com planejamento, bom dimensionamento e informação, ainda é possível economizar muito, ajudar o planeta e conquistar mais autonomia energética.