Energia Solar em Condomínios: O Que é Permitido por Lei e Como Colocar em Prática
Introdução
A energia solar tem se tornado uma solução cada vez mais popular para a geração de eletricidade limpa, renovável e econômica. No Brasil, onde o sol é abundante em praticamente todas as regiões, esse tipo de energia representa uma oportunidade concreta para reduzir custos e impactos ambientais. Nos condomínios residenciais e comerciais, no entanto, a adoção da energia solar ainda levanta muitas dúvidas: É permitido por lei? Como dividir os custos e os benefícios? Quais os tipos de sistemas mais adequados? E, principalmente, como tirar esse projeto do papel?
Este guia completo vai te ajudar a entender tudo sobre a implantação de energia solar em condomínios: da legislação vigente à parte técnica, dos desafios às soluções, de forma simples, clara e com exemplos práticos.
Capítulo 1: Entendendo a Energia Solar
O que é energia solar?
A energia solar é a eletricidade gerada a partir da radiação do sol, convertida por meio de painéis fotovoltaicos. Trata-se de uma fonte renovável, limpa e inesgotável.
Tipos de sistemas solares
- On-grid: conectado à rede da concessionária. A energia gerada pode ser compensada na conta de luz.
- Off-grid: sistema independente, com baterias para armazenamento. Mais comum em locais remotos.
- Híbrido: combina on-grid com baterias para autonomia.
Capítulo 2: Energia Solar em Condomínios — É Legalmente Possível?
O que diz a legislação brasileira?
A Resolução Normativa nº 1.059/2023 da ANEEL e a Lei nº 14.300/2022 (Marco Legal da Geração Distribuída) garantem o direito de condomínios instalarem sistemas de geração solar, com compensação de créditos entre unidades.
Tipos de geração permitidos:
- Geração compartilhada: condomínios podem gerar energia em nome de um consórcio entre moradores.
- Autoconsumo remoto: energia gerada em um local e usada por unidades consumidoras do mesmo CPF ou CNPJ.
Quais são os requisitos legais?
- Aprovação em assembleia condominial.
- Projeto aprovado por engenheiro e registrado no CREA.
- Homologação junto à concessionária de energia.
Capítulo 3: Como Implantar um Sistema Solar no Condomínio
Etapas do processo
- Diagnóstico energético: levantamento de consumo e perfil das unidades.
- Assembleia e aprovação: é preciso voto da maioria qualificada.
- Projeto técnico: estudo de viabilidade, escolha do sistema e orçamento.
- Contratação da empresa especializada: preferência para empresas homologadas pela ANEEL.
- Instalação: dura em média de 30 a 90 dias.
- Conexão com a rede: análise e aprovação pela distribuidora.
- Monitoramento e manutenção: para garantir o bom funcionamento.
Custos envolvidos
- Painéis, inversores, estruturas, cabeamento, mão de obra.
- Pode-se financiar ou alugar o sistema (modelo “as a service”).
Capítulo 4: Divisão de Custos e Benefícios
Modelos de rateio
- Rateio proporcional ao consumo de cada unidade.
- Divisão igualitária entre todos os moradores.
- Sistema apenas para áreas comuns.
Economia na conta de luz
Condomínios com sistema solar bem dimensionado podem economizar até 90% na conta de energia das áreas comuns.

Incentivos financeiros
- Linhas de crédito da Caixa, BNDES, Banco do Brasil.
- Isenção de ICMS para microgeradores (em alguns estados).
Capítulo 5: Desafios e Como Superá-los
Burocracia
- Dica: conte com uma empresa que cuide da parte regulatória.
Dificuldade em obter aprovação dos moradores
- Dica: apresente simulações de economia e retorno do investimento.
Espaço físico limitado
- Solução: usar telhados de garagens, fachadas ou instalar sistema remoto.
Capítulo 6: Casos Reais de Sucesso
Exemplo 1: Condomínio em São Paulo
Redução de 85% na conta das áreas comuns. Payback em 4 anos.
Exemplo 2: Condomínio no Rio de Janeiro
Projeto com financiamento coletivo dos moradores. Economia repassada diretamente na taxa condominial.
Exemplo 3: Condomínio em Goiânia
Instalação em carports (coberturas de garagem). Solução estética e funcional.
Capítulo 7: Tendências e Futuro da Energia Solar em Condomínios
Comunidades energéticas
Permitirão maior compartilhamento da energia entre diferentes condomínios.
Integração com tecnologia
Monitoramento por app, consumo inteligente, integração com IoT e mobilidade elétrica (carros e bicicletas).
Sustentabilidade como valor
Condomínios com energia solar valorizam seus imóveis e atraem moradores mais conscientes.
Perguntas Frequentes (FAQ)
É preciso aprovação de todos os condôminos?
Não. A aprovação deve seguir o que está previsto na convenção do condomínio. Normalmente, exige-se maioria simples ou dois terços dos votos.
Posso usar energia solar apenas para minha unidade?
Sim, desde que a instalação não afete áreas comuns. O uso individual também deve ser aprovado pelo condomínio.
O sistema precisa de manutenção frequente?
Não. Em geral, recomenda-se limpeza dos painéis a cada 6 meses e revisão elétrica anual.
Quanto tempo leva para o investimento se pagar?
Em média, de 3 a 6 anos. A vida útil do sistema é de mais de 25 anos.
O que acontece em dias nublados ou chuvosos?
O sistema continua gerando energia, mas em menor intensidade. A rede da concessionária supre a diferença automaticamente.
Conclusão
Implantar energia solar em condomínios é uma medida inteligente, econômica e alinhada à sustentabilidade. Apesar de alguns desafios iniciais, como a burocracia e a necessidade de consenso entre moradores, os benefícios superam amplamente os entraves. Redução nas despesas, valorização do imóvel, independência energética e compromisso ambiental são apenas algumas das vantagens.